segunda-feira, 19 de abril de 2010

Tarefa 23 Março

a)
Com o advento da internet, e a crescente informação disponibilizada, é muito importante saber seleccionar essa mesma informação. Como afirma Carvalho, A. A (2006) é “preciso saber distinguir o trigo do joio. É preciso distinguir um site fiável de um site que não o é.”

É por isso importante haver indicadores que nos permitam avaliar a qualidade da informação disponibilizada num site. Existem organismos e normas que permitem aferir da qualidade dos dados disponibilizados numa plataforma.

A Norma ISO 8402 (1994) define qualidade como: “the totality of characteristics of an entity that bear on its ability to satisfy stated and implied needs” (apud ISO/IEC 9126-1, 2001:20).
A norma ISO/IEC 9126-1 (2001) integra seis características para a qualidade do produto de software, mas não especificamente para sites, nomeadamente: Funcionalidade, Fiabilidade, Usabilidade, Eficiência, Manutenção e Portabilidade, cada uma delas com sub-características. (Carvalho, A.A. 2006)

Existem diversas abordagens de diferentes autores no que à qualidade diz respeito. Por exemplo, Carvalho et al. (2005) centram a sua abordagem em três questões: se o site é fácil de usar; se a informação tem qualidade e se a autoridade da informação é de confiança. Essas questões concernem a usabilidade, a informação e a autoridade do site. Estas três dimensões são centrais na construção da grelha de análise de sites que integra quatro partes: (i) o site; (ii) a home; (iii) a informação, sobretudo nos critérios que permitem aferir a sua qualidade e, por fim, (iv) a autoridade do site. (Carvalho. A.A.2006).

Tillman (2003) por seu turno considera que considera que os requisitos de avaliação para a informação impressa são os mesmos para a informação online e em outros suportes, salientando que o conteúdo naInternet é mais variado, devido ao potencial de interacção com outros meios.(Carvalho A.A.2006 cit Tillman.2003).

O autor apresenta os seguintes indicadores de qualidade como cruciais:

a) Facilidade em encontrar o âmbito do site e os critérios de inclusão temática que farão com que o utilizador o considere ou não adequado às suas necessidades;

b) Facilidade em identificar: a autoridade dos autores e a actualização (a última actualização e o que foi actualizado);

c) Estabilidade da informação;

d) Facilidade de uso em termos de formatos e de velocidade na conexão.

Universidades e bibliotecas também se “debruçam” sobre este aspecto e disponibilizam informação acerca da avaliação da informação disponibilizada na rede.
Grassian (2000) “propõe quatro dimensões para pensar criticamente sobre as fontes na
Web: Conteúdo e avaliação, Fonte e data, Estrutura e Outro.
O conteúdo e a avaliação integram: a audiência, o propósito do site, se a informação é completa e rigorosa. Avalia o valor do site comparando-o com a informação impressa sobre a temática, a data do site e dos documentos específicos do site. São ainda avaliadas as hiperligações a sites: se são adequadas e relevantes para o site e se há um equilíbrio entre hiperligações internas e externas.
A fonte e data incluem: a identificação do autor ou do produtor e os respectivos contactos;o reconhecimento da autoridade ou especialidade temática da pessoa ou do grupo responsável pelo site; se o site é patrocinado por um indivíduo ou grupo que também possui outros sites. Existe algum enviesamento na informação? Há hiperligações que já não se conseguem estabelecer? Relativamente à data deve ser encontrada informação sobre: a data da criação, produção e última alteração.” (Carvalho A.A. 2006 cit. Grassian. 2000)

b)
Os sites educativos podem também desempenhar um papel muito importante no processo de ensino/aprendizagem. É também necessário avaliar ate que ponto os sites educativos são relevantes numa determinada matéria/currículo. Há algumas abordagens realizadas por alguns autores no que aos sites educativos diz respeito. Entre eles destacam-se Schrock (2002); a autora apresenta algumas considerações para se decidir se determinado site pode ser usado no desenvolvimento de uma unidade de estudo. Indica três fases: a primeira impressão perante o site, a avaliação do site, integração do site nas orientações curriculares e nos objectivos e, posteriormente, o balanço final da actividade desenvolvida.
Schrock considera importante que se anote a primeira impressão. O site é amigável para os alunos? O nível de legibilidade e de interesse é adequado para os alunos? Descarrega rapidamente? O site não tem painéis publicitários? A maioria das hiperligações funcionam?
Sentiu-se confortável e confiante a navegar no site? Caso as respostas sejam negativas recomenda que se procure outro site. Se a impressão obtida for positiva, passe à avaliação:anote o URL, o título e o que considera útil no site.
O conteúdo parece estar actualizado e correcto? Há hiperligações que vão confundir os alunos? Os alunos têm que se registar ou usar palavra de acesso? É-lhes solicitada informação pessoal? A autora sugere que se explore o site para o compreender e ter a certeza da sua fiabilidade e validade. (Carvalho. 2006 cit. Schrock. 2002)

Por seu turno Chen e Brown (2000) apresentam o formulário proposto pelo projecto OPEN (Oregon Public Education Network), que replica o modelo “Blue Web´n Site Evaluation Rubric” da AT&T Network Explorer. Divide-se em três partes: Formato, Conteúdo e Processo de aprendizagem.

O Formato incide sobre se (i) a interface é facilmente compreendida (“user friendly”), (ii) se o site é rápido a descarregar, se o texto é fácil de ler e se as cores usadas combinam (contraste texto-fundo) e (iii) se é esteticamente atraente.

O Conteúdo deve ser credível, útil, rico e interdisciplinar. Por fim, no Processo de aprendizagem são considerados três aspectos: (i) “higher-order thinking”: desafiar o aprendente a pensar, reflectir, discutir, colocar hipóteses, comparar, classificar, etc; (ii) envolvimento do aluno na aprendizagem e (iii) múltiplas inteligências ou talentos que devem integrar pelo menos três inteligências ou talentos (linguagem, matemática, intrapessoal, interpessoal, espacial, musical e físico). A pontuação a atribuir pode ser zero se for pobre, um se for bom e dois se for excelente. O número de pontos máximo é 20.

Nas considerações pedagógicas gerais, verifica-se se a abordagem é construtivista ou
Behaviorista, se o objectivo do site é pouco claro, se a fonte da motivação do aluno é presumivelmente intrínseca, se a presença do professor é obrigatória para os alunos o usarem, se o site providencia apoio metacognitivo ao aluno, se há estratégias colaborativas de aprendizagem e se o site respeita diferentes sensibilidades culturais. (Carvalho. 2006)
No que diz respeito ao currículo é necessário verificar se a informação contida no site está ou não relacionada com os conteúdos que se pretende abordar, se a informação está explicita, bem organizada e de fácil compreensão. É necessário verificar também se o site promove actividades extracurriculares e possíveis erros nele contidos.

Torna-se também importante avaliar a qualidade dos sites educacionais. Questões como a identidade: se o nome do responsável pelo site está explicito, a finalidade do site e o propósito do mesmo. A data de criação do site é também importante por que os dados nele contidos podem já não estar actualizados.

A usabilidade é também um factor importante; “traduz-se no facto de ser fácil de usar e fácil de aprender a usar, bem como no grau de satisfação sentido pelo utilizador (Carvalho. 2006 cit. Smith & Mayes, 1996).
A estrutura do site deve ser de fácil compreensão/navegação permitindo ao seu utilizador uma navegação simples.
O aspecto gráfico do interface não pode ser descurado: uma página com uma aparência apelativa chamará a atenção do utilizador, deve ter em conta pessoas com deficiência permitindo o aumento da letra, ligar e desligar o som das páginas ou parar e reiniciar vídeos.

A informação disponibilizada pode estar em diversos formatos, devendo cada tema estar identificado com um título correspondente e além disso deve ter em conta a ajuda ao usuário (FAQ). Os autores dos trabalhos disponibilizados devem estar devidamente identificados.

A edição colaborativa e comunicação é algo que também deve ser tido em conta. O site pode disponibilizar conteúdos (trabalhos de professores e alunos) e pôr os utilizadores da plataforma em contacto promovendo-se a comunicação e o feedback em relação às matérias abordadas.

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